Há exatos 115 anos tomava posse sua primeira diretoria, instalando-se o club na sua primeira sede
Vista para o mar do Cais da Imperatriz a partir da primeira Sede Provisória do C.R. Vasco da Gama,
na rua da Sáude, nº 127 (atual rua Sacadura Cabral n.º 167)
Em 28 de agosto de 1898, há exatos 115 anos e após 8 dias de sua fundação, tomou posse a 1.ª diretoria eleita do Club de Regatas Vasco da Gama, no salão da Estudantina Arcas, na rua São Pedro, n.º 152, no antigo Largo do Capim (hoje trecho da av. Presidente Vargas, defronte à praça da sede do Banco Central do Brasil).
Localização da Estudantina Arcas na rua São Pedro (atual pista sentido praça XI da av. Presidente Vargas)
próximo à esquina da rua dos Andradas (planta: SMU/Prefeitura do Rio de Janeiro)
Acorreram ao solene evento cerca de 100 novos vascaínos que, em seguida, dirigiram-se para a sua primeira sede provisória no Largo da Imperatriz (Praça Municipal). Os jornais da época registraram o fato para que ficasse marcado na memória vascaína.
Os membros eleitos da diretoria foram os seguintes:
Os membros eleitos da diretoria foram os seguintes:
- Presidente: Franscisco Gonçalves do Couto Junior
- Vice-Presidente: Henrique M. Ferreira Monteiro
- 1.º Secretário: Luiz Antonio Rodrigues
- 2.º Secretário: João Bellieni Salgado
- 1.º Tesoureiro: Antonio Martins Ribeiro
- 2.º Tesoureiro: Dr. Henrique Lagden (Médico e Intendente da Câmara Municipal)(1)
- Diretor de Regatas: João Cândido de Freitas
- Conselho de 5 membros: José de Souza Rosas
Alberto Pinto Cardozo Almeida
Manoel Teixeira de Souza Junior
José Alexandre D'Avellar Rodrigues(2)
Luiz F. de Carvalho
- Vice-Presidente: Henrique M. Ferreira Monteiro
- 1.º Secretário: Luiz Antonio Rodrigues
- 2.º Secretário: João Bellieni Salgado
- 1.º Tesoureiro: Antonio Martins Ribeiro
- 2.º Tesoureiro: Dr. Henrique Lagden (Médico e Intendente da Câmara Municipal)(1)
- Diretor de Regatas: João Cândido de Freitas
- Conselho de 5 membros: José de Souza Rosas
Alberto Pinto Cardozo Almeida
Manoel Teixeira de Souza Junior
José Alexandre D'Avellar Rodrigues(2)
Luiz F. de Carvalho
A eleição da primeira diretoria, ocorrida na assembleia de instalação do club em 21 de agosto de 1898, como não poderia deixar de ser, esteve recoberta de estranho incidente como reportado por José da Silva Rocha (Rochinha), em sua obra Club de Regatas Vasco da Gama: Histórico - 1898/1923, onde o autor comenta que o indicado para ocupar o cargo de Diretor de Regatas fora um dos 5 promotores iniciais da fundação: José Lopes de Freitas - o Zé da Praia, rower (remador) com maior qualificação para condução técnica do esporte-mãe do club. A celeuma teria se dado em razão da confusão havida entre as iniciais dos nomes e sobrenomes - J.F. Freitas por J.C. Freitas, ficando o dito pelo não dito.
Os laços com a imprensa da época já se faziam sentir, quando logo em seguida à posse já anunciavam a disposição da diretoria em articular o desenvolvimento náutico do club, com as seguintes notas jornalisticas:
"O Club de Regatas Vasco da Gama, recentemente fundado, tem em construção em diversos estaleiros d'esta capital as embarcações que formarão a sua esquadrilha."
"O novel e promettedor club possue uma bella e futurosa flotilha para as lides do sport nautico, composta dos seguintes barcos: uma baleeira a 4 remos do Sr. Pedro Massiéra; uma a 6 remos, no estaleiro do Sr. Herculano; duas a 4 remos, sendo uma de nome Vaidosa, nos do Sr. Bellieni; uma canôa a 4 remos, já prompta, de nome Zóca, tendo o patrão e tripolantes desta última feito a offerta da bandeira, mastro e estandarte do Club."(3)
"O novo e esperançoso Club de Regatas Vasco da Gama foi domingo ultimo visitado em sua sede por varias embarcações dos clubs co-irmãos desta capital, cujas guarnições lhe foram levar as boas vindas ao seio do sport nautico, sendo recebidas com a maior cordialidade pelos directores do novo club, que lhe affereceram um lunch, trocando-se afectuosissimos brindes entre os representantes do Club de Botafogo, do Club Natação e Regatas, do Club do Flamengo e do Club Boqueirão do Passeio."(4)
Essa primeira diretoria eleita também era provisória, com mandato somente até o final do ano de 1898, uma vez que outra foi eleita a 8 de janeiro de 1899 para cumprir o mandato seguinte de 1 ano, mantendo-se Francisco Gonçalves do Couto Junior à frente da presidência.
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Vascainidades:
(1) Cargo correspondente a de vereador na então Câmara Municipal do Distrito Federal.
(2) O jornal "O Século", de 21/08/1906, p.3, apresentou o rol completo de conselheiros fiscais eleitos a 21/08/1898.
(3) A bandeira original do Vasco, feita de flanela e hasteada no dia 28 de agosto de 1898 na sua sede provisória no Largo da Imperatriz, sempre foi a que conhecemos: campo negro, faixa diagonal branca em dupla face iniciada a partir do alto do mastro, a Cruz da Ordem de Cristo em vermelho. Naquele tempo era de conhecimento e uso geral para a cruz das náus, medalhas e símbolos portugueses relativos às "Grandes Navegações (expansão marítima portuguesa)" a designação "Cruz de Malta", sem qualquer correlação com a Ordem dos Cavaleiros de Malta (oficialmente Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta) conforme verificamos em nossas pesquisas feitas nos jornais publicados anteriormente a 1898, bem como em livros estrangeiros de heráldica daquele tempo, sendo ainda hoje utilizada desta forma genérica por diversos países europeus. A conclusão: A designação Cruz de Malta, indicada desde a origem, não contém qualquer equívoco naquele tempo, traduzindo o desejo dos fundadores em referir-se à Cruz da Ordem de Cristo no exato desenho, adotado que foi na bandeira do club desde a fundação, correspondente a iconografia dos festejos do 4.º Centenário dos descobrimento dos caminhos das Índias por Vasco da Gama
(4) O evento se deu no domingo a 4 de setembro de 1898. Os clubes acessaram o Largo da Imperatriz pelo Cais da Saúde (ou da Imperatriz), como mostra na foto acima. O Club Natação e Regatas é o atual Clube Santa Luzia, com sede no Calabouço. O Vasco foi saudado por todas as guarnições que compareceram ao evento seguindo o protocolo de saudação náutico militar, em que os remadores encimaram os remos ao alto (ato que consiste em retirar os remos da forqueta, posicionando-os verticalmente junto ao remador, com as pás para o alto, seguras pelas mãos). Recentemente o cais foi redescoberto e mantido aberto como ponto de visitação histórica da cidade pelas obras do Porto Maravilha.
*texto originalmente publicado em 30/08/2013 - 10h23m no semprevasco.com
** atualizado com foto e planta da rua São Pedro, n.º 152 em 27/08/2020
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